quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Um pouco mais sobre Carazinho

O território do atual do município de Carazinho pertenceu à Província das Missões e fica entre as bacias hidrográficas do Jacuí e do Uruguai. Por isso considera-se a avenida central, Avenida  Flores da Cunha, o “divisor de águas” entre ambas.
Aqui se estabeleceu a redução de Santa Teresa, entre 1634 e 1635, pelo jesuíta Pe. Pedro Mola e, posteriormente, essa região foi incorporada ao domínio português pelos bandeirantes. Em 1637 foi o último ano da redução jesuítica, pois a bandeira de André Fernandes expulsou os últimos missionários e indígenas. O período de 1819 a 1827 caracterizou-se pela abertura dos caminhos para as feiras de Sorocaba, com passagem por esta região.
A história de Carazinho começa com a primeira fazenda de criação de gado, em 1827, na propriedade do Alferes Rodrigo Felix Martins, nas proximidades do distrito de Pinheiro Marcado. Alguns dos primeiros estancieiros foram: Bernardo Pereira de Quadros, Francisco Xavier, Alexandre da Motta, e ainda, os Vargas, os Albuquerque, os Marcondes, entre outros.
Carazinho fez parte dos municípios de Rio Pardo, São Borja e Cruz Alta. Posteriormente, quando o município de Passo Fundo foi emancipado, em 1857, Carazinho era um de seus distritos, então com o nome de Jacuizinho.
            No ano de 1872, Possidônio Ribeiro Sant’Anna Vargas doou um terreno para iniciar a formação do povoado “Arraial de Carazinho”. Conta-se que isto foi realizado em homenagem a Pedro Vargas, seu filho recentemente falecido que, numa carreirada, admirando o lugar, teria dito: “Bonito local para construir uma capela e fundar um povoado”. A idéia logo se concretizou com a construção da capela com o nome de Bom Jesus de Iguape. O povoado tinha, então, dezoito proprietários de terrenos já com suas casas construídas.

Estação de trem de Carazinho
Fonte: http://ronaldofotografia.blogspot.com/2011/01/estacao-primitiva-de-carazinho-em-1920.html
            Em 1889, chegou a Carazinho a primeira linha telegráfica e, em 16 de novembro desse ano, chegou aqui, pelo telégrafo, a notícia da Proclamação da República. Cerca de oito anos depois, houve outro fato marcante para o progresso do município: a construção da estrada de ferro. Iniciada em Santa Maria, a estrada de ferro chegou aqui em 15 de novembro de 1897, possibilitando a instalação de serrarias, comércio e primeiras indústrias.
            A revolução de 1923 marca a história de Carazinho, com o início de protestos realizados contra a reeleição do Dr. Antonio Augusto Borges de Medeiros ao governo do Estado em 24 de janeiro de 1923. A revolução alastrou-se pelo estado durante nove meses  e  Carazinho chegou a ser emancipado com o nome de Assisópolis, numa homenagem prestada a Assis Brasil.
            A revolução de 1930 também marcou a história de Carazinho, pois o município sediou o “Barracão Liberal”, que apoiava os revolucionários com mantimentos e acepipes. Nesta revolução esteve na região o Dr. Getúlio Dornelles Vargas, quando se comprometeu com a emancipação de Carazinho.
            Oficialmente, a emancipação ocorreu em 24 de janeiro de 1931, pelo Decreto 1707, determinado pelo General Flores da Cunha em um dos seus primeiros atos como interventor do Estado. A instalação da vila ocorreu em 24 de fevereiro de 1931, quando o senhor Homero Guerra assumiu a função de interventor municipal.
            Este é um relato sucinto da história de Carazinho construído com o objetivo de situar nossos parceiros no tempo e justificar que nosso patrimônio histórico não compreende grandes monumentos mas está baseado na construção de vida de nossos habitantes...

Um comentário:

  1. Olá profª Lúcia e turma da 8ª série!

    Muito interessante o que postaram, estou curiosa sobre mais informações. Poderiam responder as questões abaixo?
    - Quem foram os primeiros colonizadores?
    - Que etnias existem atualmente em Carazinho descendentes deste primeiros colonizadores?
    - Qual a contribuição delas para o desenvolvimento da cidade?
    - Como os primeiros colonizadores se organizaram para sobreviver, quando chegaram ao local?

    No aguardo do retorno, abraços
    ( Equipe LEC/UCA/UFRGS)

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